terça-feira, 17 de novembro de 2009

Música Independente em Pauta

A indústria musical está presente em nossas vidas em todo momento. Porém, o que temos o costume de escutar, principalmente nas rádios, não são as músicas tradicionais do nosso país, que tem estilos que vão desde a música popular à erudita, mas o que está “bombando”. Em outras palavras, a mídia tem um grande poder de influenciar o que é veiculado aos nossos ouvidos, e nem sempre o que escutamos é nacional e parte de nossa cultura.

Os artistas independentes são aqueles que não estão veiculados a uma gravadora ou que têm controle total sobre seu trabalho. Talvez esse seja um dos motivos das raras ocasiões nas quais escutamos alguma banda independente nas rádios e televisão. É um ramo complicado. As grandes mídias preferem divulgar ou escrever sobre os artistas já conhecidos, provavelmente porque o público os conhece e consequentemente se interessará pelo que está sendo vendido. Afinal, vivemos em um contexto de globalização e capitalismo, no qual as pessoas investem naquilo que elas acreditam ter um retorno financeiro que valha a pena. Por causa disso, os artistas independentes enfrentam uma batalha todos os dias para conseguirem sobreviver no mercado musical. Gilberto Gil cita o fato de que a cultura nacional tem uma diversidade enorme de estilos de música e que eles estão disponíveis para circulação plena, mas que infelizmente não estão expostos nas ‘rádios privadas e públicas, não estão nas estruturas tradicionais e centralizadas de mídia e da indústria fonográfica. ’

No entanto, atualmente, a internet juntamente com a expansão e o fortalecimento das mídias alternativas tem formado novos espaços de entretenimento e difusão cultural, diversificando as informações e expressões artístisco-culturais veiculadas e facilitando o acesso aos mesmos, isso sem contar que atualmente foi sancionada a Lei do Software Livre que abre novas perspectivas para o desenvolvimento de novas mídias. Além disso, crescem cada vez mais iniciativas autônomas para o fortalecimento da chamada cena musical independente, existem hoje, por exemplo: a ABRAFIN (Associação Brasileira de Festivais Independentes), o Circuito Fora do Eixo de Cultura e Mídias Independentes (o qual é gestionado através dos princípios da enconomia solidária e da preservação da diversidade), o Movimento Música Para Baixar, entre outros.

Sendo assim pode se dizer que Música Independente, apesar de enfrentar ainda muitas dificuldades, caminha aos poucos melhorando a possibilidade de reconhecimento e divulgação de novos artistas, também o desenvolvimento de um novo conceito de “fazer artístico”, e, sem dúvidas, isso será um grande passo para assegurar a diversidade e a originalidade da música brasileira.

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